Ainda bem que nem tudo aqui dentro estava enrijecido com as certezas, medos e espinhos que fui guardando no bolso. Ainda bem que ouvi uma música que contava uma história de amor bobinha e chorei. Que bom que olhei para o mar recebendo o sol num sorriso brilhante e vi poesia nesse que é o campeão dos clichês. O alívio de sentar num banquinho de praça, pegar minha filha no colo, cantar qualquer coisa e, só por isso, ser feliz. A suavidade de rever meu marido e ganhar um abraço recíproco embalado em coisas que a gente gosta.
Porque quanto mais velho você fica, mais certeza você tem de que determinadas coisas não podem dar certo ou não valem a pena. E por mais que a voz da experiência tenha diplomas e certificações internacionais, às vezes você erra e a vida surpreende. E como é bom quando a vida surpreende.